segunda-feira, 15 de agosto de 2016

As inseguranças duma rapariga jovem

Sozinha vai, triste e amedrontada,
Pela rua escura, macabra e sem fim.
Com casaco fino - é noite de Verão -
Anseia chegar à entrada de casa.

Vem da vida que passa depressa,
Vem sem saber mais o que é paixão,
Respeito ou ódio sem despesa.
Tenta pensar no que lhe faz sorrir,
Mas no pensamento não surge nada.

Quantas mágoas passam naquele coração?
Por quantos desgostos amorosos passou ela?
Tudo isso, casos perigosos quantificáveis.
Mas não é essa a questão...

Ela vai e não volta àquela rua, a rua onde mora.
Pelo caminho lembra-se dos tempos de menina
Em que saltava nas barreiras de água
E salpicava toda contente a curta vida que tinha.

E a menina que ali passava há muitos anos
Perdeu-se no tempo, transformando-se
No seu maior medo - o monstro debaixo da cama,
A rapariga adolescente infeliz e sem caminho clareado.

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