domingo, 17 de abril de 2016

Estas manhãs de domingo de quando eu era pequenino

É um domingo de manhã.
Eu, menino, levanto-me para ir à missa.
O sol radia pelo quarto,
Tudo está claro no espaço luminoso.

Do quarto à cozinha distam dois corredores,
Quais atribuo a designação por os completar a correr.
Na cozinha já está o guisado ao lume,
Por ser domingo e pelo dia ser característico
Do almoço especial - comida mais saborosa para
O doce paladar de uma criança.

Este é o cheiro característico deste dia.
Este sol pertence aos domingos - aos meus domingos.
Esta pressa que a mãe me incute porque já está
Quase na hora da missa é coisa típica de domingo.

Estas manhãs de domingo de quando eu era pequenino.

Embarcávamos no carro e seguíamos para a missa.
A família no carro - o carro com intenções divinas.

Na capela ouvia o padre, as velhas nas leituras,
As outras pessoas a ouvirem o padre.
Observava o ambiente, buscava os meus amigos.
Deus estava lá - Deus era eu a fazer isto tudo.
Deus não era a palavra do padre, não eram as leituras.
Deus era uma criança a ir à missa, porque ia à missa a brincar.
Deus não era coisa de adultos sérios ou padres jovens intelectuais.
Era eu estar lá a pensar em ir brincar com os amigos à porta da capela, no fim da missa.

Findada a missa e a brincadeira, Deus ficava lá quietinho
E até para a semana, se Deus quiser.

Era altura de ir ao café.
Para o pai, café forte;
(Não necessariamente forte o conteúdo da chávena,
Mas aos meus olhos era o necessário)
Para a mãe, café cheio;
Para mim, o que calhasse - mas tinha que ser doce.
E a minha mente olhava para o doce e nada mais.

Em casa, o guisado devia de estar feito.
Cheirava bem, e era só.
A refeição acabava e a única grande preocupação
Era a escola que sucedia desse o ponteiro a volta ao relógio.
Era simples.

Como este poema.

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