quinta-feira, 28 de maio de 2015

Poema fatalista

Exacto. Estou morto.
Nunca vivi sequer.

Ao passarem por mim,
As pessoas desviam-se por compulsão.

Sou desagradável à vista.
Faço sofrer os sentidos todos:
A minha pele engelhada,
A minha voz azeda e crassa.

A minha vida toda é a ambição de
Amanhã poder acabar com ela.

Seguir o rumo das estrelas
Como um marinheiro do século quinze.

Vislumbro a morte pessoal
No dia que se segue à morte funcional.
Se as coisas forem assim,
A vida é a coisa mais bela que encontrei.

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