sábado, 13 de abril de 2013

Os dias são descontínuos
e as noites têm sonhos leves primeiros.

Há na minha vida gente que a vive
com mais certezas que as que eu sempre tive.
Sei que outrora quando era fácil
ver a vida a lutar por mim, quando
o sonho era melodia ensaiada
nas vivências da infância
e a insanidade um estado
de qualquer momento,
podia ser toda a coisa encantada,
especial na infinidade do tempo que sobrava.
Hoje a vida não é por mim mais brincada
por querem de mim aquilo que querem de todos:
dinheiro e arrojos simples para o ter.
Já não me pertence a vida que é pública.

A noite chora na tempestade
que lá fora desflora de imaginação
de arranjar cobres que para ela não são.

Já tiraram tudo à Vida: na noite e no dia,
no são e na podridão da via errónea da Escolha.
E as crianças só têm em não crescer em demasia
a liberdade de escolher a prática teoria de nada saberem,
de serem meninos no tempo e adultos no espaço
onde nada cabe, nem mesmo o regaço da Mãe Fatal.

Ao viver aprendamos que nada se vive em liberdade.
Que só no cansaço se repousa em compulsividade
e que nem na repulsa de sentimentos excluímos a doce idade
de menino poeta no ser e no sentir.
E quando a hora da Escolha escolher realmente permitir,
saibamos que nada nos exibe um verdadeiro sorrir,
a não ser a verdade de querer escolher a vida antes de morrer.

Raia o dia de fininho e por fim a escuridão desvanece
na condição empírica de trabalhar no espaço
que é o tempo de ganhar tostão gasto instantaneamente.

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