sábado, 27 de abril de 2013

De mil olhos

De mil olhos caíram lágrimas
que por ti se fizeram em rio.
E nem um gesto teu mereceram,
nem uma corrente oposta
surgiu na tua nascente,
essa seca e sem olhar.

Amar-te-ei passivamente,
por assim cair em choro.
E ao escorrer no rosto,
agora soro da verdade,
minha lágrima ecoa calma
e inércia sem sentido.

E nenhum som maior
é silenciosamente produzido,
senão aquele que brinca
à vida, o que sente e significa,
aquele que espera a condição
ideal de se lhe chamar coração.

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