domingo, 1 de setembro de 2013

Bom dia

Difícil é sair de casa de manhã
e todos sorrirem para mim.
Em casa sozinho escrevo
e sou uma pessoa totalmente minha.
Fora sou estranho e fazem
sorrisos como se 'bom-dia'
fosse algo perpétuo e constante.

Os 'bons-dias' são para se acabarem.
Qualquer coisa má irá fazer
qualquer dia bom, mau ficar.

Os sorrisinhos por conveniência,
por si só, já são a causa do meu mau-dia.
Tudo é sombrio, nada claro,
nada vejo sem olhar,
pessoas a passar que não conheço,
pessoas que não conheço a imaginar.
Fora tudo o que se passa no meu dia.

Volto para casa ao fim da tarde.
Agora é de noite mas ainda vejo
qualquer coisa no jardim verde da cidade.

Crepúsculo incessante da minha tarde,
porque teimas em acabar o dia que foi mau?
Como se me sorrisses, terminando o pior,
dando esperança para que o mau dia sucessor
seja, afinal de contas, um bom dia,
sem sorrisos, sem pessoas desconhecidas passando.
Tudo o que é mau acaba. Tudo o que é bom é esperança.

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