sábado, 14 de dezembro de 2013

Um banano para o Portas e um copo de água para os Gato

Os Gato Fedorento regressaram ontem à noite ao horário nobre da SIC depois de anos a aparecerem como reduto da publicidade da PT/MEO. Este contrato pode bem ter assegurado o futuro de umas três gerações de Quintelas, Pereiras, Góis e Dores (talvez os Pereira tenham sido os mais favorecidos pela publicidade milionária), mas o que é certo é que cada vez se notava mais um certo cansaço do público por os ver neste formato.

A verdade é que quando o programa "A Solução" começou e vi o plano a aproximar-se do conhecido quarteto, a minha alma saltou um aplauso efusivo. A última vez que os tinha visto juntos a fazerem comédia independente foi no Esmiúça os Sufrágios - e se na altura, na minha tenra idade, eu não atingia ainda o patamar ideológico dos assuntos que abordavam, mal podia esperar por este divertido comeback, cujo conteúdo - a crise e a sua solução - já faz parte do meu universo intelectual.

Talvez o momento mais divertido, que em parte se deve ao
tom empregue pelo Ricardo.

O ressurgimento destes cómicos sujeitos durou apenas 10 minutos, o que me soube a pouco. Não entendi muito bem o modelo que apresentaram; não sei se pretendem começar a aparecer periodicamente nos ecrãs portugueses, na medida que "A Solução" serviu de introdução ao seu novo estilo, ou se foi apenas uma única vez para matar saudades. O conteúdo, porém, foi mediano e confesso que não me surgiram muitos sorrisos no rosto ao longo da metragem: talvez por não estar muito familiarizado com o legado de Steven Seagal, ou mesmo devido à aparente falta de sub-contexto nas piadas apresentadas.

Pareceu-me um humor longe dos bons tempos inteligentes e subentendidos da RTP e da SIC Radical, em que o formato de sketches proporcionava um tom hilariante a temas reais e fictícios. Agora, utilizaram um actor acabado cujo sucesso longínquo se prendia ao velho paradigma do herói solitário que enche de porrada os seus vis opositores - metáfora utilizada pelos Gato como forma de solucionar a crise, sendo o nosso demoníaco Governo o vilão desta rábula modestamente divertida.

1 comentário:

  1. Realmente concorde. Não foi Humor mas oferecimento de porrada. Nada haver com os anos anteriores ate me arrependi de ver.

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