Já me interroguei várias vezes e de diversas maneiras: o que é o amor? Uma pergunta tão curta, tão simples e tão fácil de surgir, mas dificílimo - se não impossível - de responder concreta e definitivamente.
Confesso que numa primeira abordagem à temática mais abstracta que o divino ser Humano consegue almejar senti a necessidade de indagar por caminhos que outros tomaram para explicarem ideologicamente o que é afinal, o amor. Procurei na wikipedia esse abstraccionismo sentimental e poucos minutos depois, por via de encaminhamentos de conceitos e páginas dentro desse verbete, estava perante platonismos e outras filosofias aborrecidas com significado incógnito. Esse enfatídico incómodo porém não me prendeu nas estreitas vielas de sentido único da filosofia e achei que o melhor seria expor o meu inocente ponto de vista no blog que amo - parece-me adequado!
O amor, a meu ver, vem com a idade. Não digo que uma criança de 12 anos (mas que escândalo considerar que alguém com 12 anos ainda é criança) não possa sentir amor verdadeiro e genuíno, mas digo que ama sem saber ou pensa que ama e não ama. Isto significa que na adolescência acontecem metamorfoses psicológicas que tornam a mente indisciplinada, já que é notória a falta de interesse de grande parte dos adolescentes púberes em conhecer este belo sentimento, em sentir as suas inexplicáveis sensações e em viver uma dualidade única com a pessoa amada. Infelizmente caminhamos para modelos de adolescência cada vez mais automáticos, ou seja, cada vez mais influenciados por situações socialmente maciças, que privilegiam os sentimentos fingidos e negativos. Porém, os adolescentes são únicos no aspecto criativo, conseguem superar qualquer realidade que os limite - o sentimento do amor é uma delas - apenas pela força de vontade, visto que ainda têm tantas vivências pela frente. Ora, este processo é quase inconsciente, mas necessário - a espécie humana tem que ser espontânea, fluída e criativa.
Voltando ao amor, desta feita em relação aos adultos, mas adultos com experiências e consequências aprendidas na adolescência, considero que é um dos sentimentos que comanda a pessoa e rege escolhas e possibilidades, traçando assim caminhos para a vida. O amor não é só interpessoal, (se bem que a mais bonita forma dele seja, a meu ver, entre duas pessoas) pois existe também o amor próprio, que tanta importância tem na auto-estima e consequentemente no processo de "conquista amorosa"; o amor colectivo, entre as famílias, amigos e um dos intervenientes na "zona da amizade"; e o amor divino ou, como gosto mais, amor filosófico, que é o sentimento de devoção e adoração de uma entidade divina - vulgo deus/Deus- ou entidade abstracta, como elementos da natureza ou o próprio conhecimento. Todas estas formas de amor e demonstração afectiva são bastante válidas, mas todas implicam a abdicação de ideais físicos, de coisas concretas, da realidade terrena, para que as vivências sentimentais sejam magnificadas. ("fazer amor" é uma situação onde o físico tem uma importância tremenda, por isso acho que o meu raciocínio tem lacunas.)
Portanto, as minhas considerações finais recaem no aspecto mais belo da vida humana - o amor interpessoal, ou entre duas pessoas. Quando digo "entre duas pessoas" refiro-me a pessoas com sexos diferentes, porque aí sim, a beleza do amor acontece. O amor entre um homem e uma mulher é tão maravilhoso como um pôr-do-sol de verão numa praia deserta ou negras amoras que recheiam um doce açucarado e delicioso. E assim, apenas por metáforas e sentidos inconcretos, se pode explicar o sentimento que molda os outros sentimentos.
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