quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Costumes

O branco ocupa a parte funcional do meu pensamento, completando um jardim outonal de ignorantismo oblíquo. As palavras são escassas, o tempo inútil, a razão aborrecida e a realidade deambulante. Os sucessivos acréscimos de ideias incompletas tornam-me numa máquina sentimental, semelhante a qualquer outra que através de engrenagens e engenhos mecânicos realiza uma função orgânica e estrutural, e tudo o que me sobra é uma amplificação enumerativa de pensamentos. 

Se a filosofia fosse empresa, então tudo o que a complementa seria lógico como uma linha de produção automática que vê no tempo um ciclo periódico de entrega de produto. Mas não. Comigo a rotina rompe-se na sua origem, na sua essência imperativa. Idealizá-la seria romper o sentido coerente da sua concepção, uma rotina incomum fora da literatura que se anula num oxímoro pertinente e a mim associável. Raciocinar não faz parte de um hábito porque um hábito requer instintos baseados em indicações extrínsecas a nós.
Romper o ódio e incentivar o amor é parte da rotina social: erróneo e paradoxal, afirmo com prontidão. O ódio gera discussão, gera mudança e instabilidade, gera contra-hábitos simultâneos a uma ideia de dever cumprido. Rotinas é o que em maior quantidade existe. Com espontaneidade conquistaremos o mundo, ou a parte interessante dele.

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