quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Mensagem


Num sábado como qualquer outro, estava uma menina entretida com a troca repetida de mensagens de telemóvel que tanto a fascinava e fazia sonhar. Estava em repouso no seu sofá macio, com uma perna por debaixo da outra, descalça, vestia uns curtos calções de ganga com bainhas desfiadas com bolsos cor-de-rosa que se notavam por tão curtos serem os calções. Como era um sábado soalheiro das férias de Verão, tinha uma camisola cinzenta pertencente a seu pai vestida, que por lhe ser larga, tinha um nó junto à anca robusta, que a ajustava ao seu fino corpo, tornando-a mais curta e apertada, descobrindo a sua elegante barriga morena. Tinha longos cabelos louros e uns olhos azuis claros, como o fundo de um mar cristalino. A menina estava notavelmente agitada. Aguardava nervosa pela resposta do seu destinatário, aquele telemóvel, aliás: aquele rapaz, era o centro do seu mundo e da sua imaginação repleta de cenários apaixonados. Sonhava um dia estar protegida sobre os seus braços firmes e de ouvir a sua voz suave dizer-lhe "Está tudo bem... Não chores mais.". Não se sentia infeliz naquele momento, mas sonhava estar, de algum modo, triste para ser reconfortada pelo seu pseudo-namorado.. Ansiosa sim, mergulhada num oceano de incertezas porque a resposta tardava... "Mas o que será que ele ficou a pensar?" - questionava-se. Essa dúvida surge porque ela está à espera da resposta a isto:
Sabes como me sinto... Estranha. Não sei como te explicar em tão poucos caracteres, mas tu és especial, lindo... Fazes-me sentir desejada, estas a ganhar espaço no meu coração... Espero estar contigo para te dizer tudo isto, para poder ver os teus olhos, ver a tua sinceridade.. Sou tão burra, eu nunca devia ter dito isto desculpa.
Numa falta de sentido lógico, o que ela fez foi, tinha agora noção, uma enorme estupidez. Numa paranóia consequente, julgou que o rapaz jamais voltaria a falar com ela quer visualmente quer por uso das telecomunicações. Uma paixão idiota, concluiu. Provavelmente ela não gostava assim tanto dele e alem disso apenas tinha 15 anos. No entanto, quando se preparava para contar à amiga dita mais chegada, uma vibração preenche a sua mão direita que segurava o telemóvel. Era a resposta anteriormente aguardada do rapaz. Ao abrir, deparou-se com algo tão simples como "Lol, és fofinha :3". Por pouco não soltou um gritinho meio estérico meio de contentação. Levantou os braços e cantarolou feliz "Ele gosta de mim, ele gosta de mim...". Assim estava a menina de 15 anos atenta a responder de forma habitual, feliz e contente, afirmando que se tratava do melhor dia da sua vida. Portanto estava a menina entretida com a troca repetida de mensagens de telemóvel que tanto a fascinava e fazia sonhar...

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