Confortável, no jardim central da cidade,
É possível olhar panoramicamente
Para a tristeza generalizada daquele lugar.
O velho moribundo pedindo na rua em frente;
O cheiro nauseante do aterro descoberto ao lado;
Do outro, o centro de negócios engravatado.
O engenheiro milionário, no seu carro eléctrico,
Tira uma fotografia ao que lhe convém.
Sai do carro apressado, à espera está o cliente e
Murmura para o sr. dr: "olhe que bem!".
Dá início ao negócio; trezentos milhões naquele encontro.
Mas o velho em frente, fazendo o que pode,
Dá milho aos pombos, sorridente.
Ele era o engenheiro do negócio que nunca surgiu.
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