Quando a vida está louca
E virada do avesso -
Passando ao lado -
Bebo - bebo bem e passa.
Refugio-me no álcool
Porque ele é meu amigo.
Não é um problema. Digo;
Afirmo e tenho a certeza.
Afirmo e tenho a certeza.
Faz-me ver com clareza
Que isto de estar vivo
Só pode ter uma conclusão
Que é a morte que há-de vir.
Estarmos vivos e não beber -
Mas beber a preceito,
Que é uma ciência -
É como se estivéssemos mortos.
Como se caísse sem pudor
O mais rico homem na terra
Aos meus pés, chorando,
Pedindo um copo de aguardente.
A bebida não interessa.
Faz tudo bem.
A vida não interessa
Porque vamos todos morrer.
(Mas com que sentido?
Não hemos nós de conseguir
Melhorar o mundo
Enquanto cá estamos?
De chorar com a emoção
De ter filhos, vê-los chorar,
Crescer e um dia eles
Terem filhos também?)
Não interessa. Desde que tenha
O copo cheio daquilo
Que me faça esquecer.
Estou bem. Estou feliz.
Sem comentários:
Enviar um comentário