Ter preparações obrigatórias
Para coisas importantes da vida
E ainda assim adiá-las.
Isso é o que me define.
Nada me vale ter nascido aqui
Ou ter privilégios que nem todos têm.
É essa a minha inércia,
Que me contraria, por me prender
Quando tento avançar para lá daqui.
Ou que me suspira cá dentro
E diz que está tudo bem
Quando não está - e eu bem o sei.
E por fim é essa que me faz olhar desconfiado
Para a minha razão, que viaja sobre rodas
Num mar de coisas difíceis de entender.
domingo, 28 de janeiro de 2018
domingo, 21 de janeiro de 2018
Poema anti-auto-interpretativo
Triste.
Triste.
Sou triste. Um acabado. Um vagabundo do sentimento.
Tenho farrapos de emoções.
A minha vida é um despojo de choros
Após dias de chuva feliz.
E quando me vejo a analisar-me
Julgo que vale mais a pena olhar para coisas hipotéticas.
No espelho pareço de carne e osso - reconheço-me
Como os outros me reconhecem.
Mas no pensar há qualquer coisa que recolhe
Dividendos de não se conseguir entender.
Bebo água porque dizem que faz bem e já se acabou
O vinho ou a cerveja ou o dinheiro.
Mas beber água é a razão da minha tristeza.
Beber água perpetua a falta de reconhecimento,
Que a noite é tão escura e a água tão clara.
E vejo-me acabado pelos amores, pelo meu amor próprio,
Pela falta de reconhecimento e por não saber ler
Aquilo que faz com que eu funcione neste mundo.
Já chega de poemas auto-interpretativos.
O que se escreve não é o que se lê.
Triste.
Sou triste. Um acabado. Um vagabundo do sentimento.
Tenho farrapos de emoções.
A minha vida é um despojo de choros
Após dias de chuva feliz.
E quando me vejo a analisar-me
Julgo que vale mais a pena olhar para coisas hipotéticas.
No espelho pareço de carne e osso - reconheço-me
Como os outros me reconhecem.
Mas no pensar há qualquer coisa que recolhe
Dividendos de não se conseguir entender.
Bebo água porque dizem que faz bem e já se acabou
O vinho ou a cerveja ou o dinheiro.
Mas beber água é a razão da minha tristeza.
Beber água perpetua a falta de reconhecimento,
Que a noite é tão escura e a água tão clara.
E vejo-me acabado pelos amores, pelo meu amor próprio,
Pela falta de reconhecimento e por não saber ler
Aquilo que faz com que eu funcione neste mundo.
Já chega de poemas auto-interpretativos.
O que se escreve não é o que se lê.
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
O poder de criar
Pensar e escrever,
Mesmo sem querer,
É coisa de toda a gente.
Sentimento é coisa popular.
Quem vive é quem sente.
Mas sentir no papel
E ver a tinta a gravar
É simples como andar
Em petiz num carrossel.
Seja saudando a perda
De um amor passado,
Ou a trágica partida
De alguém chegado,
A tinta é dissolvida
Por uma lágrima perdida.
Querer mais do que isto,
Criando coisas à força,
É de génio do sentimento
Ou de vigarista publicado.
Mesmo sem querer,
É coisa de toda a gente.
Sentimento é coisa popular.
Quem vive é quem sente.
Mas sentir no papel
E ver a tinta a gravar
É simples como andar
Em petiz num carrossel.
Seja saudando a perda
De um amor passado,
Ou a trágica partida
De alguém chegado,
A tinta é dissolvida
Por uma lágrima perdida.
Querer mais do que isto,
Criando coisas à força,
É de génio do sentimento
Ou de vigarista publicado.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
Soneto das causas passadas
Lembras-te, amor, como fomos felizes?
Como vimos as almas um do outro
E jurámos entre sorrisos que a eternidade
Seria fácil de alcançar se nos mantivéssemos juntos?
Percorrias o meu rosto com a ponta dos teus dedos.
Trazias-me a primavera no teu pulso perfumado
Quando acordava nas manhãs húmidas de inverno
Agachado e quentinho entre ti e os lençóis de flanela.
Após o apogeu de tudo isto, que mais faltaria alcançar?
Velho amor, que seria de nós se não tivéssemos tudo?
O que ficou por ver não era o nosso encanto.
Que futuro será o desta gente - essa que faz perguntas;
Que desenterra amores antigos e não os deixa acabar?
Por não haver resposta, guardarmos as memórias das coisas bonitas.
Como vimos as almas um do outro
E jurámos entre sorrisos que a eternidade
Seria fácil de alcançar se nos mantivéssemos juntos?
Percorrias o meu rosto com a ponta dos teus dedos.
Trazias-me a primavera no teu pulso perfumado
Quando acordava nas manhãs húmidas de inverno
Agachado e quentinho entre ti e os lençóis de flanela.
Após o apogeu de tudo isto, que mais faltaria alcançar?
Velho amor, que seria de nós se não tivéssemos tudo?
O que ficou por ver não era o nosso encanto.
Que futuro será o desta gente - essa que faz perguntas;
Que desenterra amores antigos e não os deixa acabar?
Por não haver resposta, guardarmos as memórias das coisas bonitas.
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