Tudo parece excessivamente arbitrário.
Nasce-se, casa-se e morre-se.
No meio temos filhos e gostamos deles.
Tomamos vinho por vezes e quando
Nos sentimos tristes pensamos no significado disto tudo.
Nascemos e somos crianças até deixarmos de ser.
Vemos os bonecos na televisão;
Rimos de piadas simples e rimos com vontade.
Alguém nos alimenta e dá amor.
Vamos à missa nos domingos de manhã
E pensamos que isso de Deus é coisa simples.
Crescemos. A família anterior começa a morrer
E somos responsáveis por fazer uma nova.
Encontramos alguém e fazemos crianças
Para que essas também se possam rir
Com bonecos coloridos e ir à missa sem pensar.
A mente ocupa-se com uma ocupação diária
E sustentamos a família e a sociedade.
Já é fim do mês. Já não vamos à missa com vontade
E o padre pede que pensemos em fazer o bem.
Ser dependente de quem depende de nós
É um dever mais do que assumido.
Mas não pensamos nisso porque há vinho na mesa
E quando esse se acabar compramos mais.
Vendo o nosso reflexo no espelho
Surge-nos uma estranheza.
Onde está o cabelo?
A mulher ficou gorda.
Os filhos estão na universidade.
A vida foi, toda ela, uma mentira.
E que drama é uma vida onde não há drama.
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