Escrevendo umas equações que o meu professor disse serem simples,
Regalo-me ironicamente com o meu sentido de as não saber fazer.
Servem para coisas complexas.
O meu professor acha-as belas porque são simples
Ainda que resultem em maravilhas da matemática.
Em maravilhas que eu adio em descobrir.
Não me tenham em duvidosa fé.
Eu gosto disto: gosto de saber estas coisas.
Combinações lineares incidentes em corpos;
Valores e vetores próprios;
Derivadas parciais...
Eu acho tudo isto muito bonito.
Mas movo-me com uma incerteza lenta
E não apanho a tempo tudo o que é preciso saber.
Sou assim na vida toda.
Observo as coisas - noto-as devidamente.
Mas qualquer coisa falha na hora de tomar ação.
Não sei controlar a consequência da minha imobilidade
E não percebo porque teimo em ser assim.
Até este poema tão inocente e simples
Serve para mascarar a minha culpa
De não mergulhar nos capítulos
Dessas noções matemáticas complexas.
quarta-feira, 31 de maio de 2017
Há vezes em que nos sentimos tristes
Há vezes em que nos sentimos tristes.
Em que o mundo parece não gostar de nós.
Que não fomos feitos com propósito
Nem com uma finalidade a descobrir.
Dá a sensação de todos nos olharem nauseados.
De passarem por a gente com ar de nojo.
Que quando nos propomos a algo não sabemos
Se o que pretendemos faz os outros sentir bem.
Mas há vezes em que não queremos saber.
Tudo é sinceramente simples e possível.
Em que somos os reis do mundo e rainhas
De coração, dominamos o amor e a poesia.
Fazemos contas à vida juntando os seus saldos:
E tudo nem parece mau, vai um dia após outro.
Em que o mundo parece não gostar de nós.
Que não fomos feitos com propósito
Nem com uma finalidade a descobrir.
Dá a sensação de todos nos olharem nauseados.
De passarem por a gente com ar de nojo.
Que quando nos propomos a algo não sabemos
Se o que pretendemos faz os outros sentir bem.
Mas há vezes em que não queremos saber.
Tudo é sinceramente simples e possível.
Em que somos os reis do mundo e rainhas
De coração, dominamos o amor e a poesia.
Fazemos contas à vida juntando os seus saldos:
E tudo nem parece mau, vai um dia após outro.
domingo, 21 de maio de 2017
Rita
Esboço os versos dum poema curto
Com a Rita no fundo do pensamento.
Esboço as linhas dum sorriso lento
Com o vagar dum sentimento solto.
Cuidadosa a definir, lenta a conspirar;
Molha os lábios, finge gostar de vinho,
Molha de verdade seu coração sozinho.
Não tivesse Rita por quem esperar...
Mas na vida segue Rita com a camisa
Engomada esperando outras paragens;
Com a mão delicada o cabelo alisa
E levemente lhe presta massagens.
Segue Rita sorrindo para a vida,
Sabe que sorrindo não se acaba nada.
Com a Rita no fundo do pensamento.
Esboço as linhas dum sorriso lento
Com o vagar dum sentimento solto.
Cuidadosa a definir, lenta a conspirar;
Molha os lábios, finge gostar de vinho,
Molha de verdade seu coração sozinho.
Não tivesse Rita por quem esperar...
Mas na vida segue Rita com a camisa
Engomada esperando outras paragens;
Com a mão delicada o cabelo alisa
E levemente lhe presta massagens.
Segue Rita sorrindo para a vida,
Sabe que sorrindo não se acaba nada.
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