Eu não sei escrever poemas de amor...
São matérias proibidas de pensar,
Sabe, como quando estou consigo
E a quero vulgarmente beijar...
Mas o seu sorrisozinho transparente...
E as reticências múltiplas, que são
Três pontinhos pequeninos como a bebé;
E os diminutivos tão alegres e com fé
De que se chegue à frente e me sorria.
Mas para escrever poemas de amor
E nem sequer pôr os versos a rimar,
(Porque quer claridade lógica
Quando a sua lhe favorece os olhos?)
Mais vale falar-lhe com bons modos
E arranjar um tempinho e telefonar
À bebé e sermos muito felizes os dois.
(Sim, sermos felizes, felizes, felizes.
Mas por ser feliz corrompo o meu fim.
Morro doente e velho e sou feliz.
Que venha a Peste e mate todos os que
me fazem feliz, que eu sou feliz.
O que é bom é ser feliz, feliz, feliz.
E a menina também será, igualmente,
Feliz: três vezes feliz até ser feliz.)
Arre: e quero eu perceber isto de pôr
Graus diminutivos nos adjectivos,
De perder os verbos e todas as partículas
Sintácticas por causa de ser um justo poema.
Mas a menina é tão bonita.
E a menina mete-me louco.
E como sempre louco que sou,
Vi-a hoje a tempo de lhe perguntar:
"Como se chama a menina?"
quinta-feira, 23 de julho de 2015
segunda-feira, 13 de julho de 2015
Gabriela
Tu tens cabelos aos caracóis,
Castanhos, longos e engraçados.
Olhos semelhantes, e lábios
Sempre serenos e molhados.
Corpo belo, de fina silhueta;
Pernas delgadas e morenas.
Ao veres-me, olhas apenas;
Desejas o que não comprometa.
E no fim, por fora é perdição.
Quem vê, olha e tudo te tira:
Tens tudo menos corpo são.
Gabriela, vives na Mentira
Por te sacrificares para ela.
A beleza pesa, Gabriela.
Castanhos, longos e engraçados.
Olhos semelhantes, e lábios
Sempre serenos e molhados.
Corpo belo, de fina silhueta;
Pernas delgadas e morenas.
Ao veres-me, olhas apenas;
Desejas o que não comprometa.
E no fim, por fora é perdição.
Quem vê, olha e tudo te tira:
Tens tudo menos corpo são.
Gabriela, vives na Mentira
Por te sacrificares para ela.
A beleza pesa, Gabriela.
terça-feira, 7 de julho de 2015
Quando uma mulher chora
Cale-se o mundo inteiro;
Rode incessante o ponteiro
Que nos indica a dura hora
Quando uma mulher chora.
Faz-se com louco silêncio
O luto inevitável dos teus
Olhos molhados, que Deus
Pôs a chorar por ser macio.
Tu, mulher sem medos,
Ficas louca com a vida.
Na ponta dos teus dedos,
Chorando por sentires,
Fazes-me achar-te perdida
(E afinal foste tu
Que me encontraste.)
Rode incessante o ponteiro
Que nos indica a dura hora
Quando uma mulher chora.
Faz-se com louco silêncio
O luto inevitável dos teus
Olhos molhados, que Deus
Pôs a chorar por ser macio.
Tu, mulher sem medos,
Ficas louca com a vida.
Na ponta dos teus dedos,
Chorando por sentires,
Fazes-me achar-te perdida
(E afinal foste tu
Que me encontraste.)
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