terça-feira, 21 de abril de 2015

Um homem muito pobre

Ele era um homem muito pobre
E ninguém sabia que existia.
Dois pães secos era o que comia
Enquanto sentado fitava um nobre

Passeando bem elevado na praça.
O pescoço pardo e fino levemente
Se levantara afim de olhar a quente;
Pesava-lhe nos olhos real injustiça.

"Para onde vai com tanta pressa?"
O homem pobre nunca a teve.
"Para que é que lhe interessa?"

A arrogância do nobre breve
Extinguiu-se quando percebeu
Que quem o olhava era um filho seu.

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