Sou fraco, mísera criatura.
Desenquadrado da vida
(esta vida que não me pertence),
destinado à triste ruptura da inocência.
Eu nada mais sou que um bicho
baixo da rede de alimentação,
que não sobrevive à Terra sequer.
Vou morrer e nem vivi.
Nada me entristece e tudo parece bem.
O problema é não ter problema,
o problema é viver dependente do problema!
Nada sou e para nada vou.
Quero força, mas força inteira!
neste suicídio que é viver,
nesta alegria constante de morrer
e nunca parar o coração.
Pára coração, não vale a pena!
Esforças-te para tudo acabar,
mais vale então começar.
Chamem o mundo à minha beira
para que vejam alguém a viver,
para que vivam a morte que é deles!
Ninguém deseja a morte para depois,
que os desejos são momentos.
É condição estar condicionado!
Ou que os desejos desinibem a áurea
humana que é ser limitado?
Nada é errado se é desejado.
Quero viver, duplamente!
Quero desejar a morte, quero-a já!
Viverei sem nada, sem rima.
Desejarei a vida, que já acabou.
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