A vida, se quisermos,
não tem ritmo.
É um pássaro sem bico
que voa e canta mudo:
voa para onde nunca
esteve, para o fim
do mundo, talvez.
A vida não tem sentido!
Os pássaros, os que voam,
seguem rotas e rumos,
todos juntos, com canto
aleatório e sistemático.
As vidas, as que sobram,
quebram-se na procura,
porque aos pássaros a morte
se destina em outro lugar.
À vida nada se destina.
Não há vida na vida...
Não há alma no corpo
se não a quisermos nem
mistério na morte se não
a temermos de feição.
Há melodia na vida
dos pássaros, não
por natureza, ou por serem
animais, mas por serem
pássaros e voarem.
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