Será o amor um sentimento dispensável ou essencial? Talvez ambos. Quem sente o calor corporal da pessoa amada, os gestos de ternura, doçura e afecto, pode afirmar convictamente que é feliz, realizado, satisfeito. Sente-se amado e retribui. Por oposição, existem os "tímidos": tristes almas que existem num mundo sentimental que, pensam, não foi feito para eles. Foi feito para os fracos de espírito que procuram nada mais que mera atracção física, apego manipulador e facilmente contornável. Mas felizes são os que vêem o que a visão não permite. São os que vivem numa angústia intolerável, com um abundante negativismo que torna todos os contactos sociais com o sexo oposto em algo embaraçoso e difícil. Etiquetam o género contrário de forma a saberem em quem confiar o seu desalento, a sua melancolia. Escolhem os mais fáceis, aqueles que ajudam na árdua tarefa de simplesmente "arranjar um tema", "manter conversa", "dizer coisas".
Vivemos num mundo condutado pelas aparências exteriores, pelas facilidades, pelo cómodo, satisfação, deleite... Auspiciosamente, ainda existem seres humanos dignos dessa designação; porque é exclusivo desta espécie a sapiência, a emoção e os sentimentos, não obstante alguns deles estarem exageradamente representados na nossa existência individual de poucas décadas.
Ser tímido é ser forte, pensativo, calculista, preventivo. É ter tudo para amar e verificar que a infelicidade se contém naqueles que pensam que amam. É ser portanto feliz, amando quem merece.
Omnia vincit amor.
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