Não percebo
porque é que se tem
que perceber
aqueles que teimam
em não perceber.
Ah manifesto! Ah
perfeição deles!
Que se vejam e que
se notem!
Que não se apague a
chama
que tanto os detém e
cega e blinda.
Encharquem-se as
candeias invisíveis
que não têm lugar
nesta razão!
Viva! Viva! Notem
que estão certos!...
Ingénuos!? Ouseis vós
em deter quaisquer
ostentações oblíquas
à Ciência insuportável,
Professores e
Senhores Magnatas sustenta.
Isso é belo, óbvio,
sereno, Inquestionável!
Vê-se! Viu-se!
Afogar-se-ão por ventura nesse
mesmo óleo que
outrora servira para repugnar
indigentes e canalha
das ciências incertas!
Por certo darão como
incerto a certeza que
se aventurarão em
largas chamas do subterrâneo.
Mas que lhes agradará:
isso não dão como incerto
porque lhes convém!
Interesseiros! Ciganos! Canalha!
Cessem por fim!
Óbvios! Chamar-me-ão
isto ou aquilo ou
até (chocante!) aqueloutro!
Que vis, seus
indigentes! Sentir-me-ei calhandrado,
caluniado! A minha
indiferença subirá de altíssima
para (pasmem-se) inexistente! E isto é deveras
significante e
aconchegante para aqueles
que tudo fazem para
pôr os nervos de
belas pessoas na
pontinha minúscula dos cabelinhos
finos e castanhos
escuros movimentados pelo vento.
Mas calo-me, de
rompante. Num pensamento
tão solto como um
cabelo vem-me a imagem
de algo tão
semelhante quanto a cabeça que o impede
de se soltar. E o
que está lá dentro faz-me pensar, como
seria de esperar,
infelizmente. E o que me faz pensar
dedica-me ao
inumerável sofrimento constante irracional.
Dividir-me-á num ser
que cisa tão concretamente duas
realidades fundidas
numa obscura incompatibilidade.
E revejo-me como um
herói de muitos que usavam também
esta característica
de sentir e doer e querer sadicamente,
infelizmente, concretamente radicar ideias que
profundamente se
colocam em situação de ferir e de
cobrar indevidamente
a mágoa mal parada. Porque
abana a alma no
interior de um corpo frágil, o coração
parece padecer de
uma doença invejável que
força os sem força a
desejar também eles terem ciência.
(A subtileza inerente a qualquer dito "poeta" de conceder ao título da obra o descuido propositado de guardador do primeiro verso agrada-me superficialmente.)
Polissindeto
ResponderEliminarPorque o assíndeto é feio, caro anónimo!
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