Vamos ler Fernando Pessoa. Vamos vaguear na mente de um doido que de parvo tinha pouco. Naufragamos nos versos dos seus poemas desamparados pelo seu restrito sentido, pela sua ambígua estupidez, pela sua genérica interpretação. Desacataremos a forma e a métrica e atentemos as marcas linguísticas e os recursos expressivos utilizado pelo que finge. É uma introspecção do leitor na sua revisão acerca da mensagem pseudosubliminar contida nas estrofes. Pseudo porque disto tinha Pessoa imenso. Tinha tanto que até heterónimos tinha, para disfarçar a sua razão psíquica e utiliza-la na alma emotiva-sentimental de outras gentes por ele criadas. Sentir-se-ia ultrapassado por ele próprio. Mas como seria possível ele saber que se estava a transcender, sendo ele, ele? Racionalizou então outros eles, mas que não fossem ele. Quis ao mundo dar a saber que o seu entendimento excessivo e socialmente pejorativo não era apenas e só seu. Era dele e de outros eles, dentro dele. Queria descartar aquilo que bate para dar importância àquilo que nos dá a razão. Queria colocar os miolos no tórax e o coração no crânio, queria uma sombra que sofresse metamorfoses projectada por um corpo imutável.
Pois ele queria isso tudo! a cena é que podia querer ( não tenho nada de intervir naquilo que o Sr Pessoa quer/deseja) , mas deveria ter escrito os seus poemas em papel que ardesse e não em folhas que , ao ser mais tarde descobertas, se tornaram matéria para alunos que não têm qualquer culpa da sua estupidez! Enfim, senti necessidade de desabafar, até porque não sou grande fã do Sr. Pessoa. Não tenho nada contra ele, atenção, nem contra os apreciadores das suas obras, antes contra a sua maneira peculiar de transmitir os sentimentos. tenho dito!
ResponderEliminarSubscrevo.
ResponderEliminar