domingo, 8 de julho de 2012

AMOR

Quem nunca se sentiu aprisionado pelo implacável sentimento que nos afecta, sobretudo, o coração? Quantas vezes tentamos agir de maneira racional, coerente? Mas esse esforço transforma-se num absurdo desperdício, uma vez que o amor não possui um modo lógico de existir. Todas as palavras conjugadas no meu pensamento são insuficientes para o ritmo avassalador que o nosso coração impõe face ao estímulo da percepção sentimental. É simplesmente absurdo, irracional, irreal. Esta emoção consome o espírito humano impiedosamente; faz-nos sentir meros fantoches, controlados pela realidade incontornável que habita dentro da nossa realidade sensível.
Cessem a paixão e a afeição física. Apague-se a chama fria do apego incoerente, porque não sabem o que é o sofrimento amoroso, o verdadeiro significado da dedicação amarga que recai nas quatro letras que mais mágoa oferece ao órgão central. Sentimentos desnecessariamente essenciais para a criação da divinal emoção. Não se consegue controlar, não se consegue descrever.
Nem sempre esta emoção causa uma discrepância tão abrupta entre a realidade cognitiva e a sensibilidade humana. Porém, a falta de vivência sentimental e o desejo de alcançar a verdade que se esconde nas estreitas ruas da razão levam-me a reflectir sobre este enigmático sentimento.

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