terça-feira, 29 de março de 2022

Lugar comum

O sol brilha num dia inverneiro.
Num instante olhei para ti e sorri;
Perguntas-me em que penso
Mas eu só penso que gosto de ti. 

Aqui estamos na primavera presente
E o amor brota em dificuldade.
A flor é incerteza que morre,
Ultrapassa sempre a adversidade.

Passou tempo e não é cedo.
Confia na minha vontade...
A ti me entrego sem medo.

Nas madrugadas custa mais.
Quão certas estavam as horas
Que juntaram os teus pais?

quarta-feira, 16 de março de 2022

Meu amor, desculpa-me

Meu amor, desculpa-me
Por não ser amor normal.
Meu amor difícil, desejo-te
Sem sofrimento sentimental.

E agora, meu amor, que faço?
Tanto me ensinas a não saber,
Tanto queres e eu não dou.
Eu quero dar... Mas sem doer. 

Meu coração só faz sonetos
E não sabe fazer mais nada.
Só sinto em mim apertos.
 
E a alma - meu amor, meu bem,
Meu por-do-sol à beira mar -
A alma que é minha é tua também.

sábado, 5 de março de 2022

Suprema

Tu suprema dos corações partidos,
Ambivalente, dual e bi-sentimental;
Que subtrais de noite o sofrimento
E de dia és quem quer esperança.

Ai os suspiros que a ambos provocas.
Os retirados moços sem entregar recados.
O sair de fininho no meio da dança
Inofensivamente comprometedora.

Todas as passagens dos livros românticos
No teu olhar franco espelhadas,
Ensinando por entre fios de cabelo
A aproveitar a vida fugaz e sensível.

Quem és tu, que sentes com a razão?
Provocas-me, vives-me, sorris-me.
E no final quem ganha é o sentimento,
Que a esperança é paga em duodécimos.