Passado doente da minha cabeça
Em que a natureza tinha ritmo
E a poesia enchia os jardins.
Os caminhos do arvoredo
Com passagem nas frestas de luz
E o chão de musgo húmido.
As rosas albardeiras selvagens
Da minha memória florida,
Colhendo uma para a minha mãe.
O cheiro do por do sol
Num fim de dia cansado
Por correr sem saber porquê.
Ai as enchentes de elogios
Que a tia velha vinha dar
Só a mim porque merecia.
Os doces tão finitos
Que embora fossem poucos
Davam para o dia todo.
Mas eu cresci.
E não há tempo melhor
Que aquele que tivemos.
É noite no fim do trabalho.
De manhã tenho sono.
O meu amor...
Onde está o meu amor?