Lembro-me de viver no jardim dos sonhos
Numa rua perpendicular à realidade.
Saía de casa nas tardes de céu encoberto,
Talvez pelo sol ter vergonha do que ilumina.
Teus cabelos tempestuosamente negros
Que se perdiam amplos nos teus ombros.
Raiava-se o teu olhar fixo no meu
E as memórias inexperientes perduram.
A reflexão sem o contraditório
Não é mais que hipótese nunca demonstrada.
O sonho não tem peso na algibeira do passado,
Mas este é que me tem esmagado.