Basta seres tu.
Invencível criatura:
Maior do que a lua
E respeitada na rua.
Basta quereres o mundo todo
Que é teu porque assim acreditas.
Baratear com palavras malditas
Os teus oponentes enterrados em lodo.
Basta quereres com toda a força
E seguires os teus ideais divinos.
Seguires-te a ti própria, ó criatura
Sublime anunciada à distância madura
Por inextinguíveis e ecoantes sinos.
Dizeres com voz alta e firme
Que Deus só assim se chama porque queres.
Comprares o jornal com o teu nome em destaque;
Provar que matas todos em combate
Sem teres que lutar sequer.
Secares os oceanos e negares a maré
Que só guarda benefício para quem em ti tem fé.
Laureares com pertinência a tua entidade
Todos os dias.
Resistires com potência à idade
E achares que o tempo era algo que sentias.
Ó grande ser magnífico;
Criatura indistinguível à luz;
Razão superior e auto-verdadeira:
Antes de partires lembra-te que já cá estiveste.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
terça-feira, 25 de agosto de 2015
O sorriso de um velho
Estavas sozinha, pacata alma;
Solitária a quem passa:
Reconhecível a quem vê.
Estavas quieta, força tal
Que só a velhice ampara
E o desejo dissolve.
Perguntei-te das acções
Que fizeste - "que contas
Ao teu passado?"
Que não é da minha conta?
Respondeste-me com o
Desejo que outrora tiveste.
"Não é da tua conta."
E eu senti-me novo novamente.
Solitária a quem passa:
Reconhecível a quem vê.
Estavas quieta, força tal
Que só a velhice ampara
E o desejo dissolve.
Perguntei-te das acções
Que fizeste - "que contas
Ao teu passado?"
Que não é da minha conta?
Respondeste-me com o
Desejo que outrora tiveste.
"Não é da tua conta."
E eu senti-me novo novamente.
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
Entre ser e estar cansado
"Entre ser e estar cansado"
Podia ser o título de um ensaio
Filosófico ou o motivo dado
A uma religião quotidiana.
A primeira: uma forma de viver.
A segunda, quiçá, virá ditar
A decência dum Ser para sempre.
Mas ambas fazem sentir doente...
Ambas são uma pitada de morte
Ambas, pois, as duas, são por certo
A razão de viver e haver alfabeto.
E mais que entre ser e estar,
Fica este soneto a fingir ser
Quem quer e não pode ficar.
Podia ser o título de um ensaio
Filosófico ou o motivo dado
A uma religião quotidiana.
A primeira: uma forma de viver.
A segunda, quiçá, virá ditar
A decência dum Ser para sempre.
Mas ambas fazem sentir doente...
Ambas são uma pitada de morte
Ambas, pois, as duas, são por certo
A razão de viver e haver alfabeto.
E mais que entre ser e estar,
Fica este soneto a fingir ser
Quem quer e não pode ficar.
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