sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Rio Mondego

A fantasia mergulha,
Vaga, nas tuas ondas morenas.
Diante tuas passagens estreitas,
Concentrada está a tua Ciência;
A tua análise e Biologia completas.

Nada te faz falta porque
Ininterruptamente te destina
O desanimado Oceano.
Nem que sequem os céus...
Cursarás desde a nascente serrana
À foz de feição ribeirinha.

Passas por aqui porque
Assim o decidiste no teu rumo inicial.
Ou em significação consequente,
Porque assim a todos convém,
Decidiram aqui se fixar.
E tu, que és rio passivo, não negaste.

As tuas águas movem-se.
Nas tempestades és o dinâmico diabo.
Mas também és um rio.
Com origem e fim.
Assim, nunca dirás nada:
Nem que eu fale para ti.

Coimbra

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