A fantasia mergulha,
Vaga, nas tuas ondas morenas.
Diante tuas passagens estreitas,
Concentrada está a tua Ciência;
A tua análise e Biologia completas.
Nada te faz falta porque
Ininterruptamente te destina
O desanimado Oceano.
Nem que sequem os céus...
Cursarás desde a nascente serrana
À foz de feição ribeirinha.
Passas por aqui porque
Assim o decidiste no teu rumo inicial.
Ou em significação consequente,
Porque assim a todos convém,
Decidiram aqui se fixar.
E tu, que és rio passivo, não negaste.
As tuas águas movem-se.
Nas tempestades és o dinâmico diabo.
Mas também és um rio.
Com origem e fim.
Assim, nunca dirás nada:
Nem que eu fale para ti.
Coimbra
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
A definitiva análise canónica do epitélio malpighiano
Não encontro em ti quaisquer indícios que apontem directos para a tua fragilidade erótica. Segues uma linha de vida paralela aos teus desejos, cuja distância inalterável, por sorte, é facilmente anulada. Vive para os desejos - com compulsividade e admiração pródiga pelas loucuras que finges não cometer! Ah, doce rosto angelical, tão somente máscara.
És admirável por guardares atrás de ti o eterno milagre da vida.
E firmando os teus olhos, beijando os teus lábios, escrevendo o futuro num acto louco de amor, te vês espelhada nas estrelas, que não brilham hoje mas logo brilharão.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2015
Poema do "Se"
Se te vês inserido numa fé,
Mas da nobre razão usurpado;
Se rezas para o bem universal,
Mas pecas a vida sentado;
Se na discórdia vês terror
E na falta argumentativa
Ainda te achas Senhor;
Se as opiniões para ti
São estacas profundamente
No teu solo de areia enterradas;
Se encontras somente amor
Na raiz de todo o final bem;
Então estuda: faz de conta
Que o mundo é todo teu.
Mas da nobre razão usurpado;
Se rezas para o bem universal,
Mas pecas a vida sentado;
Se na discórdia vês terror
E na falta argumentativa
Ainda te achas Senhor;
Se as opiniões para ti
São estacas profundamente
No teu solo de areia enterradas;
Se encontras somente amor
Na raiz de todo o final bem;
Então estuda: faz de conta
Que o mundo é todo teu.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
É a hora! Valete, Frates!
Imoral. |
Ele foi o primeiro a desenhar. |
Os "Canards" (patos; referência aos jornais franceses) voam mais alto que as armas. |
Porquê?... (Espingarda? Kalashnikov? Granada?) |
Que pequena arma é esta que nos fere tanto? |
Eu sou Charlie. |
Como se precisássemos de mais editores sisudos nas nossas costas, ameaçando cortes! |
Oh, não... Estes não... |
Estes cartoons foram desenhados por artistas um pouco por todo o mundo como forma de resposta ao atentado terrorista à redacção do Charlie Hebdo.
Que se una a arte ao protesto e o incómodo à liberdade de expressão.
Todos os desenhos estão assinados pelos devidos autores.
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