Somos vagos:
Vazios e crassos;
Amplos lagos
De vileza e fracassos.
Outrora magníficos,
Definhamos as conclusões.
Aguardamos pacíficos
O nada das situações.
Falta ânimo,
Vida e certezas.
Lá no cimo
Ofuscam realezas.
Somos máquinas
De cabeça invertida.
Esta vida apenas
Não nos dá Vida.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Passeando
Vinha num passeio abaixo,
Caminhando distraída,
A saudade de não querer nada.
Caminhando porque não chega;
Distraída porque já me apanhou.
Quando vens ao mundo, Vida,
Esperas a tua vizinha sombria.
Mas, por ninguém a desejar,
Nunca chega essa fatal
Consequência de existires.
Apenas garantes a calçada
Bem preparada, sem percalços
De construção, pronta a receber
O passeio último de saber o
Que na vida se quer.
Caminhando distraída,
A saudade de não querer nada.
Caminhando porque não chega;
Distraída porque já me apanhou.
Quando vens ao mundo, Vida,
Esperas a tua vizinha sombria.
Mas, por ninguém a desejar,
Nunca chega essa fatal
Consequência de existires.
Apenas garantes a calçada
Bem preparada, sem percalços
De construção, pronta a receber
O passeio último de saber o
Que na vida se quer.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
"Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo."
'Quando' é um mar com ondas a chegar:
Como todos os mares que comem as questões.
'Onde' é a explicação catártica que ousa
Perguntar se há coisa diferente de outra.
Sentinela e à porta, não temo quem lá vem.
Senti nela nada mais que ela estar a mais.
Trouxe exércitos e eu recolhido, atento
Mas adormecido, sei que nunca hemos chegar.
O que faço aqui, nesta hora infausta?
'Já viste a sorte que tens? Estima-a.'
A Literatura nem sequer me vem.
Qual amor tão unilateralmente passivo.
Mais do que nada, é Fernando Pessoa.
Como todos os mares que comem as questões.
'Onde' é a explicação catártica que ousa
Perguntar se há coisa diferente de outra.
Sentinela e à porta, não temo quem lá vem.
Senti nela nada mais que ela estar a mais.
Trouxe exércitos e eu recolhido, atento
Mas adormecido, sei que nunca hemos chegar.
O que faço aqui, nesta hora infausta?
'Já viste a sorte que tens? Estima-a.'
A Literatura nem sequer me vem.
Qual amor tão unilateralmente passivo.
Mais do que nada, é Fernando Pessoa.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Bailado de Outubro
Tique-taque.
Um, dois, três, quatro.
Tempo.
Uma fantasia aberta
No obscuro salão
Faz-me ficar alerta.
As moças são
Ágeis e melhores
Que modelos.
Cobertas em suores;
Com curtos cabelos.
Marcam o espaço
E nunca se cansam.
Na testa um laço
E alegres dançam.
Fosse a vida
Desembainhada
Tal como é bailada.
Fosse o tempo
Tão ilimitado
Quanto o espaço.
Fosse posição
De dança
Tudo o que cansa.
Um, dois, três, quatro.
Tempo.
Uma fantasia aberta
No obscuro salão
Faz-me ficar alerta.
As moças são
Ágeis e melhores
Que modelos.
Cobertas em suores;
Com curtos cabelos.
Marcam o espaço
E nunca se cansam.
Na testa um laço
E alegres dançam.
Fosse a vida
Desembainhada
Tal como é bailada.
Fosse o tempo
Tão ilimitado
Quanto o espaço.
Fosse posição
De dança
Tudo o que cansa.
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