domingo, 27 de julho de 2014

Amor & Morte (não necessariamente por essa ordem)

Embora a sombra esfrie
Quando a inútil alma lhe tocar,
Não serão em vão todos
Os suplícios que Deus fez chegar.

Arderão erroneamente vis acções;
Mas quem ao longe viu cometer
Nefastas e perigosas afirmações
Não se cometeu à graça de as parar.

Agora o amor é falado
Enquanto a morte paralela assiste.
Vê-los-emos chegar pela calada.
A ambos nada resiste.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Meeting

The soul began its eternal path.
As I walk into the empty room
That is my heart, I see the center
That's full of roses in it.

A lifeless man lies there
And his bloody corpse
Fill the the entire floor in red.

I couldn't stand one minute
Alone with the dark roses
fading to the dripping blood;
So I ran outside.

Standing in the narrow way
was another man, blocking me:
not letting me get away.

As I look upon his face,
I came to recon myself.
There I was, living in the death.
Trying hopelessly to fight
that one figure who for once
stood firmly.

Then there was
blood in my face.

sábado, 12 de julho de 2014

Poema tão aleatório quanto a sorte

Eu quero é passar bem
Contigo ou com quem
Me faça lembrar
O que me levou a amar.

Não preciso de nada.
O que tenho sou eu:
E sei que na estrada
Não verei gesto teu.

No final te ficará
O sorriso de quem
Encontrou alguém
A quem decerto amará.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Densidade bucólica

A beleza sábia do teu rosto
A olhar descalça a paisagem
Que penetra verdejante a janela.
O vestido curto que deixa
Ver a pele lisa das tuas
Longas pernas, com alças
Vincadas em teus ombros firmes.
O constante descanso que
Provocas sentada nesse
Banquinho posto naturalmente
Com a graça de poderes
Ver lá fora quem passa.
O sorriso amável com o qual
Contagias o velho que vai
Passando, lento, de bicicleta.

Sorrisos, dizem, há muitos.
Mas quando me tocas,
Ou eu sinto tu tocares-me,
Vem-me ao rosto um sorriso
Que não é meu.
É teu.