Para certas pessoas, falar para um auditório é difícil. Não por desconhecerem as palavras que pretendem utilizar, mas por não conseguirem encandear logicamente as ideias a transmitir. Podem ter o plano previamente feito e, na hora de falar, os olhos escapam-se automaticamente para a folha manuscrita e as mãos pregam-se ao papel, o que arrasa a linguagem corporal e o discurso que até esse momento era fluido, contínuo e ininterrupto. Saber língua portuguesa e praticar convenientemente são requisitos para melhorar a oratória, tão importante no nosso dia-a-dia.
No plano da escrita, porém, começam os problemas. O meu uso excessivo de Internet proporciona-me alguns momentos bastante agradáveis. No entanto, sempre que me ligo a algum serviço social onde pessoas dão a sua opinião incoerente, insatisfatória, descontextualizada e absurda, a frustração apodera-se de mim. Virtualmente, já assassinei centenas de pessoas devido à sua estupidez e idiotice. E vou ser sincero: a minha consciência não está arrependida de ter esfaqueado, estropiado, empalado ou baleado as pessoínhas arrogantes e mesquinhas que opinam erroneamente e com autêntico desleixo pela língua portuguesa.
Para mim, saber escrever bem, recorrendo às diversas figuras de estilo, torna possível que os leitores percebam claramente as ideias que pretendemos transmitir. E mais divertido ainda, é que a canalha que constantemente e apenas por burrice e estupidez plena maltratam e descredibilizam todo o seu português, pensam que qualquer texto minimamente estruturado é sinónimo de perfeição. O que faz com que compositores de palavras simples, mas sinceras, como eu, que embora não dominem totalmente a língua, mas têm vontade de aperfeiçoar, sejam os pequenos heróis e um refúgio aos vagabundos da gramática. E isso, faz-me sentir especial. Obrigado.
Um caso real, retirado do Youtube, que me fez vir escrever isto neste soalheiro dia de Agosto:
"nao sei porke kuado nos nacemos ja nao havia pink floyd ou queen ou hevie metal porke temos so agora justin bieber e nao kero ouvir e kero ouvir os outros e nao poso"