Amanhã, a selecção nacional terá nos pés a oportunidade de fazer sonhar o povo português com a grandiosidade de estar na final do Euro 2012. Iremos medir forças contra a Dinamarca que, apesar de já não ser a potência que era em 1992 quando venceu o europeu, é uma selecção que derrotou a equipa de estrelas da Holanda. À semelhança do jogo Portugal-Alemanha, pode-se considerar que o resultado não foi o mais justo. A infelicidade nessa partida esteve claramente do lado da Holanda, criando mais oportunidades e sendo, por oposição, menos eficaz. A verdade é que Portugal perdeu e a Holanda não venceu. Diz-se desta maneira porque o azar holandês assentou, no meu ponto de vista, na individualidade de certas estrelas, que apesar de terem feito um bom jogo, não contam com o suporte colectivo que as suas equipas de campeonato lhe oferecem.
Portugal vê-se assim obrigado a vencer o jogo contra a Dinamarca se quer continuar a afirmar-se como um dos favoritos ao troféu. A escolha do avançado - uma questão muito discutida - recaiu sobre Postiga, novamente. Eu creio que a reduzida variedade de avançados que dispomos faz com que esta seja a opção mais sensata do treinador português. Nelson Oliveira provou nos treinos ser capaz de finalizar em grande estilo, mas a experiência de Postiga neste caso vale mais. Concordo que o jovem avançado entre na segunda parte, mas será a titularidade de um jogador que nem meia dúzia de jogos pelo Benfica fez a opção mais viável? Conto com as vossas opiniões.
A Dinamarca tem jogadores explosivos e versáteis. Muitos deles são conhecidos por não darem muito nas vistas durante o jogo, mas quando se trata de decidir o rumo da partida, entram em cena e fazem golos. Não os podemos considerar estrelas, mas os dinamarqueses têm algo que Portugal não tem: uma equipa equilibrada. Ao mesmo nível encontram-se os defesas, médios, e avançados. Portugal como sabemos tem um défice no ataque.
Portanto, Ronaldo e seus colegas poderão deliciar os portugueses amanhã. Uma vitória, nada mais que isso, é pedida. Espera-se uma boa exibição do capitão português porque quando este está no seu máximo, a equipa acompanha-o. Foi o caso do amigável entre Portugal e Espanha logo após o Mundial 2010. Espanha era a campeã, estava no topo do mundo. Mas uma exibição personalizada de Ronaldo fez com que a equipa portuguesa derrotasse os campeões por 4-0, com um soberbo golo anulado (injustamente) da estrela portuguesa. Amanhã, a vitória em Lviv poderá levar à euforia popular, à exaltação dos valores nacionais, ao esquecimento dos problemas, da crise. Quando a selecção ganha, a alegria instala-se em casa de cada português, as crianças com os cachecóis e de cara pintada saltam aos gritos; um golo significa um grito de alívio, emoção e contentamento de uma nação empobrecida.